sexta-feira, 21 de outubro de 2011

INÉRCIA...

...nessa morbidez decadente
onde nada me anima
só o que consigo ver são os olhos negros do silêncio
me levando ao breu do infinito
e
um lá longe, morre por aqui...

Rejane Tach

sábado, 15 de outubro de 2011

O PENSAMENTO...


Não quero tê-lo a seu favor porque alguém outrora falou, que isso ou aquilo é um certo...Como posso ser única? Se meus valores foram ministrados de forma que acreditei como verdadeiros, mas não meus...Se o mundo moral da forma que você pensou eu copiei, é a lógica...não sou subjetiva nem única...e assim sou levada pelo discurso de outrem...

Mas Minha vontade é individual, é nela que devo acreditar...



Rejane Tach

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

TERRA





De gigantes

Pequenos deuses

Mudos atônitos

No cair de tantas noites

Sem luz

De amanhã

Rosto vazio

Olhar fechado

Cheiro de pobreza enfurecida (des) conhecida

Guerra invisível no peito das mãos vazias...

Desgrenhado

Amaldiçoado

...

E...

o despojado discurso borifando saliva

No microfone ao lado...



Rejane Tach

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

morte...













Posso ser como a morte



Imoral...



Que ronda calada



teu dia e tua noite



Resoluta...desleal...



Uma viagem sem ritmo



de olhar perdido



No morno das manhãs primaveris



Fugaz...



Impertinente



sentindo-te a alma em mim



Gelando -te os lábios



Decompondo-te



Cruelmente...



Docemente...



Conduzindo-te sem pressa



Aos meus caminhos lingínquos



Ermitérios do céu...









Ilusão...









Posso ser como a morte



Fria...



Nas profundezas do teu peito



Levemente sentida



Eterna...



Odiada...



Divina...









Rejane Tach

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

BEIJOS...









...penso nos beijos gélidos que senti quando não te amava...



Nas turvas manhãs e dos meus medos escondidos em tua presença...nas risadas não tão verdadeiras, que eu sonhava sinceras!



Agora não sei...se eu não te amava, ou não amava a mim mesma...






Rejane Tach



sábado, 8 de outubro de 2011

MEU SORRISO...





não desiste nunca
minhas mãos ainda buscam tocar lembranças
meus lábios de movimentos lentos
falam sempre de amor...
O inerte se vai quando olho o céu
e
sei que você vive
um dia após o outro
pra me encontrar...


Rejane Tach

terça-feira, 13 de setembro de 2011

MÃOS



Sozinhas tateiam o ar

Por vezes

Procuram qualquer coisa

Não mentem em seus movimentos

Sentem mais que profundamente

um pulsar

Molhadas ternas

Embriagam-se no toque

Do quente

Do frio...

Nervosas se agitam e se escondem

Com medo de descobertas

Se curvam,

Entrelaçadas sensuais nos desejos

e

Tão tímidas quanto lentas

nas faces solitárias

Repousam o suor fresco na juventude...

Secas adormecem velhas...

As mãos.


Rejane tach

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

GOSTO DE BOCA

Sempre que tomei um gosto de céu na boca
chorei depois
aqueles vales mortos de que falei
eram coadjuvantes ...

Sinto o pecado se aproximando
e vc...
no meu pensamento!


Rejane Tach

domingo, 4 de setembro de 2011

'EVITA VIVE" de Néstor Perlongher

Eva Perón foi considerada pelo povo argentino a mãe dos descamisados pela sua forte atuação política na Argentina na década de 40. Eva Perón converteu-se em mito em consequência de seus discursos, de sua luta pelo reconhecimento das massas trabalhadoras, e também de seu trabalho social junto aos miseráveis. Mesmo acometida por um câncer, lutou até os últimos momentos de sua existência, tornando-se um ser idolatrado pelos seus admiradores. No conto “Evita vive”, do escritor argentino Néstor Perlongher, é bruscamente desconstruída, mediante, entre outros mecanismos, uma linguagem que transita entre o escatológico e o vulgar. Diante dessa constatação, nesse trabalho, busca-se mostrar, seguindo, principalmente, o enfoque teórico contido no livro “Mitologias”, de Roland Barthes, que o processo de mitificação de Evita consiste em uma construção histórica, bem como evidenciar que sua desconstrução na literatura de Perlongher, dá-se, conforme sugere Barthes, mediante a apropriação do discurso histórico.



Rejane Tach

domingo, 14 de agosto de 2011

MEUS PÉS


sempre andaram descalços
sozinhos
empoeirados
rachados
famintos
mudos
ignorantes
desprezados
desempregados
inutilizados
abandonados
desamados
tristes
e
meu nome é Força.

rejane tach

sábado, 13 de agosto de 2011

E as aranhas bordam na noite...



Rendas lindas

Que vestem sombras imaculadas

No sombrio silencioso

De lá...

Recinto úmido e gritos abafados

Vêm de anjos negros

Que suicidam teias no emaranhado

Do escuro...

Aranhas trabalham medos

Entrelaçam eufóricas

Fios de nada e sobrevivem amantes

Exóticas, loucas

Se fragmentam viúvas

Inacabadas, soberbas

Nefastas se vão...



rejane tach

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quando despir meu corpo


...não precisa dizer que me ama
basta que
olhe nos meus olhos
quando me beijar
diga apenas
meu nome pela metade
quando apertar teu corpo
contra o meu
não diga nada...

Quando penetrar meu ser
feche os olhos
quando sentir o prazer
tomar teu corpo
sinta-se loucamente meu
porque
eu quero estar olhando nos teus olhos...


rejane tach

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CORAÇÃO MORTO...


recantos sombrios
pensamentos que fogem
desconhecem encantos...

A prata nos cabelos
incêndio nos olhos
mãos maduras!

Que distância entre nós!
Sonhos mortos!

No mergulho da ira
o amargo da alma
incompreensível anjo doente
sublimado ao rancor e ao preconceito...
Prisioneiro de si
amaldiçoada alma negra...
aperta os lábios
sozinho
ronda a vida calado...


Rejane Tach
de "Sanas Loucuras"

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

REVIVENDO...

aos poucos
saio devagar
timidamente avanço
me perco
no caminho lerdo
desrumado
descolorido
desvivido
desviado
desavisado
desumano

des...
e vejo mais a frente
um outro labirinto...

rejane tach

sexta-feira, 13 de maio de 2011

SÃO


teus olhos negros fitando o céu
que
calam os meus


num fatalismo libertador
um oceano negro me adentra
o peito


sou tão grão,
que nem sei...


se a indolência me acalmaria
se a repugnância me surpreenderia...


Colo meus olhos na vidraça
ainda secos
ainda de vez em quando o ruído do vento
molhado
me comove...


rejane tach

domingo, 17 de abril de 2011

Hoje e

...sempre que meu coração chorar
quero lembrar tuas palavras amargas
e meu corpo dolorido tanto quanto a minha alma...

Devaneios imbecis
talhos no peito com feridas
bem abertas pra sempre!

Vozes tristes na noite e meu choro surdo
aos teus ouvidos
porque não era amor...
eu sabia.

Grito no escuro e minha alma padece
porque meu coração amou sim...

Nas sombras que estão por aqui
minha vida sozinha se apaga
nos lamentos de todos dias que vêm...

Não há razão pra chorar
são iras contidas pela vida
o que vou levar...

O resto,
não mais importa!


rejane tach

segunda-feira, 11 de abril de 2011

DEITO






...contigo no chão do mundo

Aqueço-te aos poucos...

Dou-te o meu sorriso

Meus olhos já te pertencem...

Abraço-te no frio lunar

E bebo em tua boca minha vida!

Mato-te a sede na secura dos desertos

E transfiguro-me criança

Para chorar contigo se precisar...

Aprendo a viver devorando o pecado

E te aceito, meu deus!

Transbordo teu cálice

E acordo-me todos os dias tua

Sem medo!

Amo-te hoje...

Não sei amanhã...



REJANE TACH

sábado, 2 de abril de 2011

AMOR...









sempre acreditei que ele pudesse existir...
sobre a terra...
pelas estradas de cada um
nos rumos incertos
nas vozes
Dentro de mim...

rejane tach






Pra Você


Eu quero ser pra você
A alegria de uma chegada
Clarão trazendo o dia
Iluminando a sacada

Eu quero ser pra você
A confiança, o que te faz
Te faz sonhar todo dia
Sabendo que pode mais

Eu quero ser ao teu lado
Encontro inesperado
O arrepio de um beijo bom
Eu quero ser sua paz a melodia capaz
De fazer você dançar

Eu quero ser pra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
Pra te fazer todo o meu amor

Eu quero ser pra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

Se eu vivo pra você
Se eu canto pra você
Pra você



Paula Fernandes

sexta-feira, 1 de abril de 2011

DISCURSO

... de formatura proferido pelo licenciado Clairton José Weber em nome das turmas de Letras e Ciências Biológicas da Unemat, no dia 14/02/2011.





Professor Andriano Silva, Magnífico Reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso;

Professor Sérgio Baldinotti, Coordenador do Campus da UNEMAT em Tangará da Serra

Professora Elizete Dall’Comune Hunhoff, Chefe do Departamento de Letras;

Professor Josué Ribeiro da Silva Nunes Chefe do Departamento de Biologia;

Senhores da mesa,

Colegas,

Senhoras, senhores...

Dos 40 acadêmicos selecionados no vestibular 2007/01 do curso de Letras apenas 25% está concluindo o curso hoje. Alguns dos que ficaram pelo caminho ainda vão concluir seus estudos é bem verdade. Mas, o que queremos dizer é que esse percentual está intrinsecamente ligado ao ensino rigoroso, aos professores exigentes e a uma universidade realmente comprometida com a formação dos profissionais. Enfim, são muitas as questões envolvidas no processo de construção de um educador. Mencionamos, inclusive, a grande quantidade de recursos empregados pela sociedade ao longo desses quatro anos... Percebemos que ainda há muito que fazer... Quantos pais passam noites inteiras numa fila para garantir a matrícula dos seus filhos em boas escolas (porque são poucas as boas escolas neste país). Hoje os pais vivem a vida dos filhos... E o sucesso destes, está diretamente ligado ao trabalho dos profissionais que hoje estão concluindo seus estudos... O fato é que a responsabilidade está nos ombros dos educadores e... os louros não lhes são oferecidos. Não é mesmo professor???... Mas não importa, quando o trabalho é bem feito, o resultado aparece, ainda que tardio. O que pretendemos destacar aqui é que a sociedade reluta em valorizar o profissional que é indiscutivelmente a base da formação intelectual e moral do ser humano...

A vida é um círculo. Este é um momento de transição, da vida acadêmica para a vida profissional. Para que saibam, estamos cientes do nosso papel, da nossa função na sociedade, pois tivemos uma boa formação. Nós acreditamos na educação. Sabemos que sala de aula é coisa séria: um professor deve ter conhecimento, saber inclusive como apagar um quadro (que não é de qualquer jeito, é com movimentos leves de cima para baixo. Quem disse que isso não é importante?, E sabemos principalmente que, por mais que a conversa com a turma da sala esteja boa, sabe aquela fofoca entre professor e aluno? devemos voltar ao texto. Vejam bem, vejam bem, o que eu quero dizer é que não podemos nos dispersar; mas se o assunto for muito importante, vale a lei do coxicho, mesmo porque, se nós não fizermos um acordo com a turma, é bem provável que vivamos um inferno de Dante...

Chegou a hora dos agradecimentos: lembremos primeiramente de Deus, dos nossos pais e familiares, dos professores, dos colegas e de todos aqueles que, de alguma forma, cruzaram nosso caminho ao longo desses quatro anos. Muito obrigado.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Eras mortas



Meu corpo dói em sequidão

Envolto aos lírios ...lírios...

O vaso cai na matutina demência

Me acorda...

De que?

Roço-lhe o espírito

Apático

Como o meu

Insóbria a pálpebra emudece com os lábios

Secos

É um movimento perpétuo de vazio

Que estou contando...

Entenda...







Rejane Tach

segunda-feira, 14 de março de 2011

Doce paixão da minha história...






Paralisação de movimentos
Frio e calor...
Imperativa vontade
Medo e loucura...

Ternura jorrando lágrimas

e

no quarto teus dedos penetram meus cabelos...


Desvarios!


Rejane Tach

quarta-feira, 9 de março de 2011

Sinto -me

Pollyanna Tach





... agora incapaz de caminhar ao encontro dos meus anseios, tenho comigo que as noites longas ainda permanecem remetendo meus braços ao nada. Sem barulhos nem nuanças, meu coração inerte assume a postura da morbidez. Falta um ponto de apoio, algo que pudesse transcender o horizonte da minha alma...e... com as janelas fechadas tento ouvir os pássaros da noite sobrevoando meu canto...

Apenas um olhar de treva olhando os olhos do mundo...mas.. quando meu corpo estiver irreconhecivelmente adormecido tua imagem me buscará...todos os esforços serão compensados e não haverá mais distância...nem dor...nem solidão. Beberemos juntos o encanto das bocas molhadas, e o universo com substâncias de lua será nossa casa.

Anda noite...anda longamente nos meus seios úmidos!! Pois quero sentir a mesma chuva que te molha, no meu corpo também, até que os vales adormecidos gritem comigo teu nome ...

Ouvirei vagamente os sons carinhosos dos teus movimentos em mim...lindo amor...

Acordo no limbo da existência...

Pobre amor!

Rejane Tach

SÓ UM CAFÉ


Clairton Weber 12/03/2008

O ar puro das manhãs me agrada

Contrasta com as tardes cinzentas e poluídas do crepúsculo vespertino

Sim. O romper da aurora tem sua magia.

É belo em qualquer lugar.

Até aqui.

Prefiro as madrugadas, mesmo que tragam consigo as vicissitudes e a miséria dos homens. Sim, meu caro Dante.

Vou falar sobre a miséria humana.

Ele pede algumas moedas.

Ainda que tivesse varado a noite alcoolizado ou mais,

Agora só quer um café.

Música ruim, cerveja quente, travestis e prostitutas

Certamente foram sua companhia na noite passada.

Ele só quer um café.

Magro, sujo, mal vestido

Que cheiro horrível.

Penso em dispensá-lo servindo-lhe algum dinheiro

Não vale a pena ouvir sua história.

Tampouco oferecer ajuda,

Nada muda.

É a miséria humana professor.

Victor Hugo me vem à memória agora,

Que hora!

Hoje cada qual escreverá mais um capítulo da sua vida

Bom, ruim, interessante, enfadonho, muito especial...

Como será?

Continuaremos sendo miseráveis.

O jornal traz notícias alvissareiras,

Também notícia de morte.

Alguns tem melhor sorte.

A bolinha quica hora cá ora acolá

Torpedeada pelas raquetes insensíveis.

E ele só queria um café.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

LITERATURA...

AOS QUE ACREDITARAM NO MEU TRABALHO...OBRIGADA


http://tangaracultura.blogspot.com/2010/01/premio-destaque-2009-tangara-cultura.html




Rejane Tach

domingo, 16 de janeiro de 2011

No cenário






...de um bêbado

Submarino

Vive um morto

Anjo ambulante que não acaba

Nem se encontra

São bocas de silêncio

Vivendo fugas dançantes

andanças

Em qualquer rua




Tal qual Rei de Sonho!





Rejane Tach