quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

MEU...




Só quis envolver-me nos teus cabelos

Nus

Sem que te crucificasse o momento

Mas

Te camuflasse a dor sentida

E

Algemada em ti

Ávida, gritar:

--Te amo!

Absurdamente senti sozinha

Frêmitos carnais

Enquanto reclinava o corpo

Ao teu encontro...

E quando caminho pela solidão

Tenho saudades

Do escuro dos teus olhos

E me embalo na cólera de ser ainda mais

Esquecida...

Predestinada ao teu desprezo incomum

Assassinei em mim

O que havia de melhor e

Sem misericórdia cantei maldições

Ao vento...

Prostrada,

Por um minuto

Ergo meus olhos pra isso te dizer

Sob a última gota de mim.


Por Rejane Tach


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

BLOG DO NÚCLEO...

http://nucleodepesquisa.blog.terra.com.br/

A QUE SE DEBRUÇAR NOS MISTÉRIOS DA NOSSA LITERATURA... VALE A PENA...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

DO NÚCLEO WLADEMIR DIAS PINO

FEMINILIDADE NA POESIA

DO SÉCULO XIX AO CONTEMPORÂNEO DE MARILZA RIBEIRO

A feminilidade está mais presente atualmente na poesia, e vem com mais ousadia e furor – apesar, claro, de existir ainda um grande recolhimento na escrita feminina por conta do preconceito advindo de um paternalismo descabido não tão longe daqui como se pensa. Analisamos assim desde o século XIX as supostas “ousadias” de poetas que escreveram sem medo seus desejos. Perguntamo-nos então: como produzir uma escrita sem constrangimento em que a mulher pudesse falar de seu corpo e seus anseios sem a fusão do maternal ao qual ela se submete? Segundo Walnice Galvão: “a verdade é que a mulher, e em conseqüência, a poeta, dificilmente consegue usufruir com conforto e expressar sem culpas sua sexualidade envergonhada”. Existe sim, ainda, a vergonha de expor os desejos, falar do corpo, do sexo, sem chocar, sem causar um estranhamento negativo, sob um pensamento retrógrado de que a mulher só poderia escrever ao que de fato pertencia à ela; “a poética feminina parece girar sempre em torno do eixo amoroso” confirma Lucia Castelo Branco. Isso significa dizer que a escrita feminina está ainda muito voltada aos sentimentos de mãe, matrimônio, procriação e amor eterno.
Foi na década de trinta que o sujeito literário se assumiu mais fortemente como mulher, inclusive questionando o padrão dominante da época. E surgiu na poesia o nome de Cecília Meireles (1901–1964), considerada ainda a grande expoente da literatura feminina no Brasil. A escritora rompeu tabus e refletiu através da sua poesia a busca incessante da identidade, e assumiu que é possível escrever o mundo através das palavras de uma mulher. Com um lirismo aguçado e muita sensibilidade, a escritora penetrou nas razões da existência humana e deixou que a voz da mulher viesse à tona.
Porém, bem antes de Cecília Meireles, algumas escritoras agitaram os bastidores literários no século XIX: Julia Lopes, Francisca Julia, Gilka Machado e Florbela Espanca. Precursoras da literatura feminina, no Brasil elas enfrentaram um verdadeiro alvoroço no meio literário.
Em meio a essa trajetória da feminilidade na escrita, faz-se bastante nítida a busca da identidade da mulher como ser que tem voz própria, e não mais se expressa pela voz do masculino. Com tantas rupturas e liberdades, é bem possível que a voz da mulher esteja cada dia mais evidente, absolutamente autêntica, em nossa literatura.
Na década de 70, surge Marilza Ribeiro, poetisa mato-grossense, com uma poesia sensivelmente engajada no social, ou seja, a voz da mulher se faz presente em questionamentos e denúncias. São problemas do cotidiano que Marilza tenta desvendar sobre a condição de ser mulher no contemporâneo em meio a conflitos e buscas.
Nos recortes poéticos da escritora, percebe-se o descontentamento de ser a mulher vista apenas como transeunte da vida. Ela explicita a necessidade de fazer pulsar a vida em sua condição de mulher amada e significativa. A autora reforça bastante a idéia de submissão em suas poesias, porém se faz explícita a voz feminina pelo coletivo. Não se trata de um anseio isolado ou solitário.
Marilza se revela amplamente social e faz da sua poesia instrumento de várias vozes de denúncia e repúdio a dominação. O eu-lírico apesar de se inserir por vezes como mulher, está centrado num todo, não se pode assim dizer unicamente da mulher, mas de todo ser que sofre as mazelas do cotidiano.
A referência da feminilidade em sua poesia é de compromisso com o coletivo, ou seja, a voz da poetisa falando por muitos eus.
Yasmin Nadaf, crítica literária, registra Marilza como uma das principais escritoras contemporâneas com escrita elegante, desabafos e estética ideológica voltada aos eus do mundo, usando recursos metafóricos para significar e reinventar a vida cotidiana do indivíduo reprimido.

Rejane Tach
Estudante da UNEMAT e pesquisadora do Núcleo Wlademir Dias-Pino

criado por dante_gatto 9:45 — Arquivado em

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

....estavam juntas minhas mãos...





Minha face corada

Revela a vontade de teus beijos sensuais

Na boca da noite ardente

Fujo dos meus medos

e te condeno ao pecado

sob uma prece de anseios

Louvores insanos gritam no peito

E um canto suave rasga o silêncio santo

Da minha alma...

Ungido pelas mãos da emoção

Teu corpo em mim

Treme

Sacia tuas vontades na minha ingenuidade

E

Num altar doce te confesso meu desejo

Pra me entregar

Como nunca...

No chão o meu rosário...

Até que a morte nos separe!


Por Rejane Tach


SENSIBILIDADE A FLOR DA PELE...

Um breve instante

Foi um breve instante
Seus olhos nos meus
Suas mãos nas minhas

Foi um breve instante
e
Nossos dedos roçaram
Nossos olhos brilharam
E minha boca pediu um beijo seu

Foi um breve instante
E meu coração
Escolheu
Recebeu
Eternizou você!

Simplesmente Pri


Um encanto sem medidas...mistérios que só o coração pode explicar... é a Pri, simplesmente Pri...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

AMO VOCÊ...


POR REJANE TACH




Numa rebelião de mim

despi-me

Sob as rajadas de risos sutis

Os mosaicos de nós formaram-se esplêndidos

e

No dorso do céu nos amamos...

Sua para sempre... Sem nada dizer

Eu quero,

Você tirando minhas cores favoritas do corpo

Lendo meus enigmas

E tomando-me ainda que tarde

Em contatos lascivos

Solenemente simples na noite quieta

Amo você...

E também em pensamento

Deslizo inconscientemente na sua beleza

Sei que o nunca mais em minha boca

Causou-me o furor para ser feliz ainda

Em frêmitos inigualáveis

Queira-me...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Anjos...

... de pernas muito estiradas
sonolência e imensidão nas entranhas
um copo vazio num padecimento de noite

Nas curvas do corpo rasgos vermelhos
choro interno silencioso
o grito que não sai...

a luz amarela dos postes ilude o céu
e
no cérebro um vago com dor

na brancura da boca uma sede
lateja

uma ária triste dorme na rua...

Rejane Tach

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

NO ONTEM UM MOMENTO... PRA SEMPRE TALVEZ UM SABOR...



POR REJNE TACH


Meu coração freneticamente vivo

Respirou teu pulso

Meus olhos salivando

Perturbaram-se junto a tua sede

Que olhava meu frêmito de prazer

Beijo teu orgasmo infindo

E sinto um doce de céu na pele

Plenitude!

Eros me grita aos ouvidos e as fúrias

Escondidas me alucinam

Meu peito rasgando os sentidos

Amou!

Tenho nas mãos o teu sempre

E derramo minhas tintas quentes

No teu corpo alinhado...

Era ontem e a noite caiu silenciosa

Em mim

Com tua boca cantando em meu corpo

Revivi...