quarta-feira, 9 de março de 2011

SÓ UM CAFÉ


Clairton Weber 12/03/2008

O ar puro das manhãs me agrada

Contrasta com as tardes cinzentas e poluídas do crepúsculo vespertino

Sim. O romper da aurora tem sua magia.

É belo em qualquer lugar.

Até aqui.

Prefiro as madrugadas, mesmo que tragam consigo as vicissitudes e a miséria dos homens. Sim, meu caro Dante.

Vou falar sobre a miséria humana.

Ele pede algumas moedas.

Ainda que tivesse varado a noite alcoolizado ou mais,

Agora só quer um café.

Música ruim, cerveja quente, travestis e prostitutas

Certamente foram sua companhia na noite passada.

Ele só quer um café.

Magro, sujo, mal vestido

Que cheiro horrível.

Penso em dispensá-lo servindo-lhe algum dinheiro

Não vale a pena ouvir sua história.

Tampouco oferecer ajuda,

Nada muda.

É a miséria humana professor.

Victor Hugo me vem à memória agora,

Que hora!

Hoje cada qual escreverá mais um capítulo da sua vida

Bom, ruim, interessante, enfadonho, muito especial...

Como será?

Continuaremos sendo miseráveis.

O jornal traz notícias alvissareiras,

Também notícia de morte.

Alguns tem melhor sorte.

A bolinha quica hora cá ora acolá

Torpedeada pelas raquetes insensíveis.

E ele só queria um café.

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