DA OBRA CORPO DESNUDO... ( MARILZA RIBEIRO)
CORPOS CALADOS
Marcas do massacre
Na terra esquecida
Chacina impune
Corpos calados/ rasgados/ chutados/trucidados
Linguagem vermelha
Do terror...
Terra mato-grossense
Palcos de terras malditas
Cerrados silenciosos
Guardando segredos
Assassinos
Fantasmas soltos
Aves de rapina
Voando
Sobre os corpos calados
Como dança
Macabra
De cobiça...
Os rastros
Invisíveis, implacáveis
Das feras fugidas
Deixando largados os corpos
Que ontem foram
Valentes
Honestos
Garimpeiros ou bóia-frias...
Onde se encontram
As vozes
Rebeldes, inconformadas?
Estarão elas
Enjauladas pelo medo
Ou tão omissas?
Este silêncio cúmplice
De tanta gente
Cabeças pendidas
Ombros caídos
Palavra vendida?
Neste espaço mudo
Onde as vozes
Tão mortas...tão caladas...
Jaz um gemido que
Explode em chamas
Nesta hora aflita
Meu poema... Meu Grito...
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