quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

...é da MARILZA, nossa poetisa também do Mato Grosso...

DA OBRA CORPO DESNUDO... ( MARILZA RIBEIRO)

CORPOS CALADOS

Marcas do massacre

Na terra esquecida

Chacina impune

Corpos calados/ rasgados/ chutados/trucidados

Linguagem vermelha

Do terror...

Terra mato-grossense

Palcos de terras malditas

Cerrados silenciosos

Guardando segredos

Assassinos

Fantasmas soltos

Aves de rapina

Voando

Sobre os corpos calados

Como dança

Macabra

De cobiça...

Os rastros

Invisíveis, implacáveis

Das feras fugidas

Deixando largados os corpos

Que ontem foram

Valentes

Honestos

Garimpeiros ou bóia-frias...

Onde se encontram

As vozes

Rebeldes, inconformadas?

Estarão elas

Enjauladas pelo medo

Ou tão omissas?

Este silêncio cúmplice

De tanta gente

Cabeças pendidas

Ombros caídos

Palavra vendida?

Neste espaço mudo

Onde as vozes

Tão mortas...tão caladas...

Jaz um gemido que

Explode em chamas

Nesta hora aflita

Meu poema... Meu Grito...

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