Clairton Weber 12/03/2008
   
   
   
  O ar puro das manhãs me agrada
  Contrasta com as tardes cinzentas e poluídas do crepúsculo vespertino
  Sim. O romper da aurora tem sua magia.
  É belo em qualquer lugar. 
  Até aqui.
   
   
  Prefiro as madrugadas, mesmo que tragam consigo as vicissitudes e a miséria dos homens. Sim, meu caro Dante.
  Vou falar sobre a miséria humana.
   
  Ele pede algumas moedas.
  Ainda que tivesse varado a noite alcoolizado ou mais,
  Agora só quer um café.
   
   
  Música ruim, cerveja quente, travestis e prostitutas
  Certamente foram sua companhia na noite passada.
  Ele só quer um café.
   
   
  Magro, sujo, mal vestido
  Que cheiro horrível.
  Penso em dispensá-lo servindo-lhe algum dinheiro
  Não vale a pena ouvir sua história.
  Tampouco oferecer ajuda, 
  Nada muda.
   
   
  É a miséria humana professor.
  Victor Hugo me vem à memória agora,
  Que hora!
   
   
  Hoje cada qual escreverá mais um capítulo da sua vida
  Bom, ruim, interessante, enfadonho, muito especial...
  Como será? 
  Continuaremos sendo miseráveis.
   
   
  O jornal traz notícias alvissareiras,
  Também notícia de morte.
  Alguns tem melhor sorte.
  A bolinha quica hora cá ora acolá
  Torpedeada pelas raquetes insensíveis.
  E ele só queria um café.