terça-feira, 13 de setembro de 2011

MÃOS



Sozinhas tateiam o ar

Por vezes

Procuram qualquer coisa

Não mentem em seus movimentos

Sentem mais que profundamente

um pulsar

Molhadas ternas

Embriagam-se no toque

Do quente

Do frio...

Nervosas se agitam e se escondem

Com medo de descobertas

Se curvam,

Entrelaçadas sensuais nos desejos

e

Tão tímidas quanto lentas

nas faces solitárias

Repousam o suor fresco na juventude...

Secas adormecem velhas...

As mãos.


Rejane tach

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

GOSTO DE BOCA

Sempre que tomei um gosto de céu na boca
chorei depois
aqueles vales mortos de que falei
eram coadjuvantes ...

Sinto o pecado se aproximando
e vc...
no meu pensamento!


Rejane Tach

domingo, 4 de setembro de 2011

'EVITA VIVE" de Néstor Perlongher

Eva Perón foi considerada pelo povo argentino a mãe dos descamisados pela sua forte atuação política na Argentina na década de 40. Eva Perón converteu-se em mito em consequência de seus discursos, de sua luta pelo reconhecimento das massas trabalhadoras, e também de seu trabalho social junto aos miseráveis. Mesmo acometida por um câncer, lutou até os últimos momentos de sua existência, tornando-se um ser idolatrado pelos seus admiradores. No conto “Evita vive”, do escritor argentino Néstor Perlongher, é bruscamente desconstruída, mediante, entre outros mecanismos, uma linguagem que transita entre o escatológico e o vulgar. Diante dessa constatação, nesse trabalho, busca-se mostrar, seguindo, principalmente, o enfoque teórico contido no livro “Mitologias”, de Roland Barthes, que o processo de mitificação de Evita consiste em uma construção histórica, bem como evidenciar que sua desconstrução na literatura de Perlongher, dá-se, conforme sugere Barthes, mediante a apropriação do discurso histórico.



Rejane Tach