segunda-feira, 28 de março de 2011

Eras mortas



Meu corpo dói em sequidão

Envolto aos lírios ...lírios...

O vaso cai na matutina demência

Me acorda...

De que?

Roço-lhe o espírito

Apático

Como o meu

Insóbria a pálpebra emudece com os lábios

Secos

É um movimento perpétuo de vazio

Que estou contando...

Entenda...







Rejane Tach

segunda-feira, 14 de março de 2011

Doce paixão da minha história...






Paralisação de movimentos
Frio e calor...
Imperativa vontade
Medo e loucura...

Ternura jorrando lágrimas

e

no quarto teus dedos penetram meus cabelos...


Desvarios!


Rejane Tach

quarta-feira, 9 de março de 2011

Sinto -me

Pollyanna Tach





... agora incapaz de caminhar ao encontro dos meus anseios, tenho comigo que as noites longas ainda permanecem remetendo meus braços ao nada. Sem barulhos nem nuanças, meu coração inerte assume a postura da morbidez. Falta um ponto de apoio, algo que pudesse transcender o horizonte da minha alma...e... com as janelas fechadas tento ouvir os pássaros da noite sobrevoando meu canto...

Apenas um olhar de treva olhando os olhos do mundo...mas.. quando meu corpo estiver irreconhecivelmente adormecido tua imagem me buscará...todos os esforços serão compensados e não haverá mais distância...nem dor...nem solidão. Beberemos juntos o encanto das bocas molhadas, e o universo com substâncias de lua será nossa casa.

Anda noite...anda longamente nos meus seios úmidos!! Pois quero sentir a mesma chuva que te molha, no meu corpo também, até que os vales adormecidos gritem comigo teu nome ...

Ouvirei vagamente os sons carinhosos dos teus movimentos em mim...lindo amor...

Acordo no limbo da existência...

Pobre amor!

Rejane Tach

SÓ UM CAFÉ


Clairton Weber 12/03/2008

O ar puro das manhãs me agrada

Contrasta com as tardes cinzentas e poluídas do crepúsculo vespertino

Sim. O romper da aurora tem sua magia.

É belo em qualquer lugar.

Até aqui.

Prefiro as madrugadas, mesmo que tragam consigo as vicissitudes e a miséria dos homens. Sim, meu caro Dante.

Vou falar sobre a miséria humana.

Ele pede algumas moedas.

Ainda que tivesse varado a noite alcoolizado ou mais,

Agora só quer um café.

Música ruim, cerveja quente, travestis e prostitutas

Certamente foram sua companhia na noite passada.

Ele só quer um café.

Magro, sujo, mal vestido

Que cheiro horrível.

Penso em dispensá-lo servindo-lhe algum dinheiro

Não vale a pena ouvir sua história.

Tampouco oferecer ajuda,

Nada muda.

É a miséria humana professor.

Victor Hugo me vem à memória agora,

Que hora!

Hoje cada qual escreverá mais um capítulo da sua vida

Bom, ruim, interessante, enfadonho, muito especial...

Como será?

Continuaremos sendo miseráveis.

O jornal traz notícias alvissareiras,

Também notícia de morte.

Alguns tem melhor sorte.

A bolinha quica hora cá ora acolá

Torpedeada pelas raquetes insensíveis.

E ele só queria um café.